segunda-feira, 3 de junho de 2013

Receitinhas retardatárias

Não lembro se já dei o devido crédito, mas acho que teimar em cozinhar até que as coisas ficassem comíveis me tirou da deprê ano passado e me deu a metáfora mais verdadeira da vida: "desistir nunca, retroceder jamais". Ando meio sumida por motivos trabalhísticos, mas pondo a mão na massa de vez em sempre, o que é mais prazeroso com minha segunda mãe, a diarista amiga da família.
Essa foi uma lentilhada vegetariana vinda da zona cerealista, com soja, pimenta rosa, ervas finas, salsa, zathar, Sabor a Mi ervas finas e azeite, caldo de peixe que na verdade é pó, gersal... Será que esqueci algum? Ficou meio seco... Salvei com azeite de verdade depois de fazer, pois aprendi que esquentar o azeite colabora pra detonar nosso colesterol, mas para minha ATM foi um suplício pq estralava e doía meu maxilar, embora estivesse gostoso... Deu uma novelinha para acabar por conta da dor mesmo... Esse copo é da série "não resisti ao Spoleto e suas massas Santa Ceia, vai até a vó no meio"...
Pão para mim é um mistério de Fátima. Até hoje devo ter acertado um, mas sou brasileira e não desisto nunca. Foi a receita de pão vegano daqui: http://www.veganismo.org.br/p/receitas-veganas.html. O negócio já é dificultoso com receita normal, imagine vegana! E em duas formas, ficou assim... Meio sem sal, sem açúcar, sem fofurice... Só a ricota de mentira da minha diarista ou outra cobertura docinha salvavam. Comi de teimosa, pq não dá pra me conformar de ficar lá trocentas horas sovando e o dito cujo se fingir de morto na hora de mostrar resultado... É deprê minha gente! Minha amiga diz que o negócio do pão é sovar a massa pra abstrair das nhacas da vida, mas tenho uma aflição de ficar com massa grudando até no meu tímpano, que Deus me livre (algum planeta do meu mapa deve estar em Virgem).
O pão de "queijo" faz de conta que foi num dia em que cismei de cozinhar até as duas da manhã... De um domingo. Meus vizinhos são uns santos de não dar parte de mim na polícia ligando liquidificador de madruga. Mas enfim, a receita original foi: http://www.veganismo.org.br/p/receitas-veganas.html. Só que minha gente, adaptação tem limite! Além de por purê semi pronto no lugar da batata, ainda coloquei leite de soja no lugar do leite da vaca. Ficou assim meio puxa puxa. Comi meio que na penitência, curiosa de saber se seguir a receita ao pé da letra engano direitinho o paladar, viciado em temperaida, digno de quem aprendeu a comer e quis cozinhar na culinária indiana (que como vocês sabem, é leve como a baiana).

Não que fazer críticas gastronômicas seja meu forte, mas há pouco tempo quis matar a saudades do Achapa, onde comi quando ainda era carnívora (afinal onívera numa posso me gabar de ter sido, já que nunca comi de tudo). O ambiente é bem gracinha e fui conferir se tinha opções pra vegetarianos na hamburgueria. Não só para eles, como para veganos também - milagres acontecem! Mas a maníaca aqui esqueceu como são exagerados estes pratos e como pra eles ainda como feito passarinho. Fui de opção vegetariana e ainda pedi frapê de coco. Quase morri pra dar conta de tudo, o que deve ter levado uma década e meia. Está bom pro filho do meu amigo do restaurante Broto de Primavera, apaixonado por uma trash food veg. Eu já cheguei à conclusão de que ou encaro um, ou o outro. Legal que é tudo com ingrediente orgânico e tem uma opção sem pão, olha que leve, tenho que me fiar nesta da próxima vez que enfiar o pé na jaca...
Esse eu faço pela segunda vez e já teve aprovação de uma figura que achava que estava pegando o dito cujo pelo estômago [pausa para rolar de rir]. A receita é esta: http://allrecipes.com.br/receita/7736/bolo-maluco-de-chocolate.aspx, mas como não resisto a uma adaptação... No lugar do cacau/ chocolate, coloco farinha de coco e ao invés de baunilha, canela. Também cubro com geleia e no outro link que me inspirou começar com esta receita, diziam para peneirar - o açúcar mascavo, a farinha de coco e a de trigo integral que ficam na peneirinha também vão pra cobertura. Como estou com problemas com meu forno temperamental, quase queimei o fundo - digo quase pq deixo bem mais tempo do que recomenda a receita, mas quando queimo mesmo corto o fundo, o que não foi preciso neste caso.
Não tirei foto mas tentei inventar um "smoothie vegano" com leite de soja, polpa de maracujá e café. Precisei abrir mão dumas colheres de açúcar mascavo, mas ficou bom e é uma tentativa de diminuir o quanto o café me deia irriquieta e sou viciada nele.
O que devo cortar de vez do meu cardápio é vinho. Tomei de sexta pra sábado com uns amigos, já sentia a melancolia chegar sorrateira, desconsiderei mas em compensação, sábado estava insuportavelmente corta pulsos. Como se não bastasse ainda vi este filme: https://www.youtube.com/watch?v=9oDOxvN8ivg, que começa e se desenvolve cutucando a gastrite, mas termina menos down que Ensaio sobre a Cegueira (pelo que me contaram, pois este último não consegui ver, nem ler o livro do Saramago que inspirou). Meu terapeuta disse que tem vinho sem álcool. Alguém já fez um test drive? Pô, meu tio terceira idade trata o Parkison tomando cerveja sem álcool bonitinho e pela faixa etária podia ser teimoso como meu pai, que toma alopatia contra hipertensão e diabete, mas dá-lhe pinga, suspiro e cerva. Não posso mais dar uma de criança crescida batendo o pé no chão. Foi uma boa despedida Gato Negro. Gozado que a cerva semanal com os amigos do curso de roteiro não fazia isso comigo. Pq raios? Quem sabe uma Malzibier de vez em nunca...

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