terça-feira, 1 de outubro de 2013

Enquanto a comida se transforma noutra alquimia...

Faz tanto tempo que não passo por aqui que está até vexatório... Pela primeira vez, resolvo postar enquanto tenho que esperar a água baixar, pois cozinho em baixa temperatura, por recomendação da minha tia Fátima, que aprendeu isso com os orientais. Enquanto o arroz, couve flor, quinua e tomate se impregnam de leite de coco, ervas finas e limão, açafrão e curry em pó,  coentro em grãos, gersal e cebola e os vizinhos de fogão feijão azuki, berinjela, abobrinha e cogumelo vão pegando o gosto do shoyo, cominho, louro e gengibre em pó, pimenta rosa, manjericão e alho, vou pensando que se tiver um filho que faça greve de fome, como eu fiz e o filho da minha parceira teatral também no fim de semana retrasado, mudarei de ingredientes e temperos
até fazê-lo mudar de ideia. Bem, comigo funcionou. Levou 20 e tantos anos, mas deu certo lá no Gopala Prasada, da Antônio Carlos com a Augusta. Às vezes é só um cheirinho. Um gosto. Mudando sempre, não é possível que uma hora o grevista não baixe a guarda. Palpites de quem não é mãe né?
Hoje a trilha sonora está bem pé no chão, ouvido nas raízes: http://www.youtube.com/watch?v=0fEHguhykD8&list=RD02oztzZu5zPzs. Uma vez ouvi numa palestra dum bazar vegano que o apego de alguns alimentos nem é tanto pelo gosto e sim pela memória de familiares fazendo. Deve ser verdade, pois o amigo que mais repetiu a dose por aqui lembrava da merenda escolar, da casa da avó, do sol entrando pelas madeiras da casa e passando pelo fogão a lenha. Eu viajava junto.
Meus pais reclamam que tenho mais tempero que comida nos meus pratos. Foi uma saída pensada para quem passa dias comendo o que fez, então cada mordida permanece uma novidade. Também me apaixonei pela gastronomia com culinária indiana, então, seu burburinho de gostos permanece no que faço. Minha amiga de Sergipe diz que cozinho feito nordestino: vou me empolgando e pondo tudo que passo perto.
Estou precisando de novos cursos. Começo outubro a fim de virar vegana de vez, então vou mirabolar algum doce que tapeie o vício de chocolate. Ontem estava conversando com uma hare khrishna celibatária, que acha tão bom saber que tem o controle deste desejo. Ando fechada para balanço, mas percebi que desembestei doces e bobajitos afora. Não por acaso as roupas estão me violentando. Quero terminar o ano entrando de novo no biquini, como no fim do ano passado. Pois não adianta controlar um lado e descompensar noutro. Vamos almoçar?

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