sábado, 19 de abril de 2014

Feriado animado na pia de São João City

Devo confessar que tenho saudade quase patológica de peixe. Meu amigo quando abandonou a carne vermelha tinha desânimo, só queria dormir, era praticamente uma abstinência, Eu não. Mas o peixe é sofrido: da última vez que fui à praia antes de começar a dar aula, me meti numa padaria para pedir um omelete e resistir à tentação. Estou chegando à conclusão que larguei o peixe para ser mais inventiva na cozinha. A brincadeira desta vez foi o caranqueijo vegetariano: http://casadasreceitas.com.br/receita/carangueijo-vegetariano_34839.html, que estava "com lombriga" desde que me engracei com um cearense e sei lá,

"subiu" essa nostalgia nordestina. Aproveitei que ganhei o repolho da comunidade budista de Cabreúva trazido pela mana japa, que o feriado trouxe tempo para "slow food" do jeito que gosto e adaptei à minha maneira, sempre metendo cogumelo, azeitona e palmito em tudo. Nota mental: a mana pé na porta e o amigo mineiro que cuida dos olhos alheios não podem ser convidados para essas empreitadas criativas, únicos que conheço que não curtem essas personalizações de sempre. Também aboli a farofa da receita na segunda comilança em diante. E até minha mãe que adora fazer coro com meu pai "você só come alpite", curtiu minha opção para a sexta santa. E cá entre nós, quem cozinha com a pia ocupada pela "especulação imobiliária da louça"? Eu e mais meia dúzia de gourmets naturebas descolados.
Já hoje, depois de um piquenique "semi natureba" com colegas na mata Altântica da zona norte (vivendo e conhecendo: é com o ônibus Cachoeira que chegamos ao Núcleo do Engordador da Cantareira e descobrimos a pé "congelando" dentro delas que São Paulo tem quedas d´água fresquinhas), um "arremedo de almoço muito do chinfrim" na volta só para não perder o sono Mendonça que se apossava de mim, acordei com o corpo recusando a esbórnia gastronõmica de "chocolate descontrol" da Páscoa. Fiz arroz integral com cranberries, leite de coco, cenoura, sal marinho, ervas finas, manjericão e alho frito. Como gemendo quando dá essa consistência... É uma adaptação da receita que minha prima indicou, de arroz com damasco e leite de coco. A proteína ficou por conta do projeto de omelete com tomate, açafrão, pimenta rosa e páprica doce, já que os meus sempre viram ovos mexidos aos 45 do segundo tempo. Dá até vergonha de fotografar. Completei com o caranqueijo genérico de ontem, suco de uva da zona cerealista e sobremesa de acaí com guaraná. Hoje também comi um lanche integral e meio com Mandiokeijo. Sempre que misturo e quero comer cru lembro do namorado da sister nipônica recomendando às duas ansiosas: "meninas, a embalagem fala para aquecer". Corpinho vai para os braços de Morpheu felizinho que terminei o dia com cardápio menos trash do que o meio do dia. Agora o que são esses presentes de grego de chocolate e queijo branco que meus pais estão tentando me corromper? A chantagem pelo fim do corte de leite e derivados está pior do que quando tirei a carne. É como o corte do segundo cordão umbilical, dizem. Mas sabe que vegano que se preza é "meio xiita dificultoso garoto enxaqueca". Nem conto as discussões surreais na comunidade do Face. Dá vontade de distribuir umas porradas virtuaus, Acabei de abandoná-la. Por isso o blog tem um preventivo semi no nome, antes que me atirem cópias didáticas de A Carne é Fraca.