sábado, 9 de fevereiro de 2013

Vinho branco de uva niágara: aprecie com moderação

Não que vá me meter a bancar a crítica gastronômica "de vez em sempre" por aqui, longe disso. Mas quando me apaixono por um achado como o Empório Catharina, na Lins de Vasconcelos, 1749, Vila Mariana, é preciso abrir umas aspas: não é sempre que mergulhamos num vinho niágara branco suave e saímos ilesos no dia seguinte. Mas vá devagar com o andor que baixei o freio de mão da língua demais. Vá tomando devagar e sempre, para curtir tudo que essa delicinha de Santa Catarina pode proporcionar. Sabe quando enrolamos para deixar o melhor para o final? Então...
O espaço tem decoração com rádio, anúncio, máquina de costura, rádio e câmera fotográfica antigos, dá para entrar num clima retrô (e no meu caso, fotografar até dizer chega). Experimentei o chá de folha de coca, mas ao contrário da expectativa, não, não dá barato nenhum. As mesinhas são barris (ou imitam muito bem eles), dá para se sentir numa "vibe" meio náutico-etílica. Esquecer da vida sentadinha ali não é muito difícil não. Escute musiquinha do celular, navegue na internet, preste atenção aos detalhes, embarque no providencial movimento "slow food".
Fora que o pessoal que atende ainda tem a pachorra de nos oferecer degustação de uns vinhos com abacaxi  e morango junto, dificultando a decisão de que "néctar de Bacco" levar para casa. Salivo só de lembrar. Para beber gemendo. O seco que o amigo arco íris trouxe ficou para escanteio, que brinco "de amarga já basta a vida".
Eles tem outros produtos coloniais: geleias, doces, alguns salgados (experimentei o de palmito, que é o que me salva na emergência do buraco do estômago uivando na rua). Um neon na frente fica convidativamente chamando para uma "enfiada de pé na jaca gastronômica". Tinha uns visitantes esquecendo na vida lendo e outros esperando namorada. Lembra da casa dos avós? Objetos de época permitem uma viagem nas lembranças, não tão rápida quanto os cheiros viabilizam, mas ainda assim bem vinda. É um espaço quase que em tons de sépia.
Enrolei para ir direto à aula de aéreo de uma amiga, mas brincar de jogar a isca do "adivinhe-o-que-vou-cozinhar-tenho-uma-surpresa" rendeu risadas, conversas e ainda tirei o amigo multicor do jejum para o exame do dia seguinte (ainda tinha o bolo de saquinho de coco da Vilma, personalizado com suco de laranja, canela, macadâmia e leite de soja que imita o condensado). E olha que misturei, deixei na geladeira, fui para o RPG, voltei, salpiquei fermento e coloquei no forno. Ao contrário do que recomendava, não usei batedeira. Tem que concentrar na intenção para o resultado sair favorável. Pelo menos entre os ingredientes e fogão funciona...

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